Na próxima época que classificação conseguirá o FC Paços Gaiolo?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Futsal: ABC Nelas na 2ª divisão nacional



Já é oficial. ABC de Nelas convidado pela Federação Portuguesa de Futebol para participar no Campeonato Nacional da 2ª Divisão de Futsal Seniores 2011/2012.
O ABC de Nelas foi informado ontem da parte da tarde (quarta-feira, dia 6 de Julho), pelo Presidente da Associação de Futebol de Viseu, Dr. José Alberto Ferreira, da oficialização da presença do clube nelense no Campeonato Nacional de Futsal da 2ª Divisão, após recepção de ofício da Federação Portuguesa de Futebol a comunicar a subida do ABC de Nelas face à desistência do “Futebol Clube Foz” e tendo em consideração o facto do clube ter sido “o 3º melhor 3º classificado da 3ª Divisão de Futsal 2010/2011.”
Para além do mérito da classificação obtida, que permite ao clube ascender à 2ª Divisão de Futsal, releve-se o facto da equipa nelense ter sido o “Melhor Ataque” de toda a 3ª Divisão Nacional (156 golos marcados) e o 2º Melhor de todos os campeonatos nacionais, só ultrapassado pelo Leões de Porto Salvo, da 2ª Divisão, com mais 6 golos marcados (162) e à frente do SL Olivais (155 golos), Cohaemato (154), o campeão nacional Sporting (153) e o vice-campeão Benfica (152).
Este passo alcançado é a concretização de um objectivo que o clube delineou há 3 anos, que pretendia ascender aos campeonatos nacionais com brevidade e, sustentadamente, sem pressa, tentar alcançar depois a 2ª Divisão Nacional. O ABC de Nelas em 3 épocas alcançou o objectivo a que se propôs, com 2 subidas de divisão em 3 anos – Campeão Distrital da A. F. Viseu em 2008/2009, 5º classificado do Campeonato Nacional da 3ª Divisão, Série B, em 2009/2010, e esta época, com o resultado alcançado, subida à 2ª Divisão Nacional.
Com a presença no Campeonato Nacional da 2ª Divisão de Futsal, o ABC de Nelas reforça a sua posição de clube mais representativo do concelho de Nelas dos últimos anos, bem como se constitui como o emblema que atingiu o patamar mais elevado no panorama desportivo do concelho até ao momento (o futebol esteve na 2ª divisão B, mas ainda havia a divisão de honra antes da 1ª divisão).
Estão de parabéns todos os que contribuíram ao longo destes anos, e ao grupo de trabalho desta época em particular – dirigentes, técnicos, jogadores, associados e simpatizantes, patrocinadores privados e autarquia –, pelo empenho e dedicação, que resultou em que o clube atingisse este patamar inaudito na sua história, bem como na própria história do desporto do concelho de Nelas.




quarta-feira, 6 de julho de 2011

Futebol: como jogar 9 contra 11 (Prof. Carlos Carvalhal)



Como jogar 9 contra 11. Já tinha passado por esta experiência e lembrei-me novamente ao ver o Rio Ave com o Vitória de Guimarães no fim-de-semana passado, num jogo a contar para a Liga Portuguesa de futebol profissional.
Jogar 11x11 permite-nos ter todos os referenciais no terreno de jogo: companheiros e adversários e suas respectivas linhas e orientações.

Na ausência de um jogador as coisas complicam-se! Na minha opinião, o comprometimento defensivo nunca deve ser colocado em causa; o ofensivo com alguma astúcia e inteligência pode ser eficaz. No fundo, juntando linhas e redobrando esforços nos dez, ou seja, com “essa força”, aliada a astúcia de ordem táctica, pode com naturalidade fazer-nos discutir um jogo contra qualquer adversário, mantendo sempre os equilíbrios da equipa.

Jogar com nove… é muito mais complicado! O campo de futebol é muito grande para ser ocupado por nove jogadores. A manutenção das linhas e equilíbrios não nos permitem defender em superioridade numérica e ter elementos suficientes para poder atacar com número de unidades que possam criar muitas dificuldades ao adversário.

O que devem então fazer os nove jogadores?
Servimo-nos do exemplo do Rio Ave, que ficou com 9 unidades ao minuto 60 e com o resultado em 1 a 1, tendo ainda ficado em situação desfavorável aos 68 minutos de jogo.
Com o resultado negativo de 1 a 2, o Rio Ave nunca se desequilibrou, tendo sempre uma frieza e agressividade impressionantes, respondendo desta forma com grande eficácia às dificuldades do jogo.

Defensivamente manteve sempre as suas linhas juntas, posicionando-se no seu meio campo defensivo com todos os jogadores muito juntos. Formou sempre uma linha de 4 defesas que lhe asseguraram e contribuíram para a manutenção equilibrada da dinâmica defensiva. A grande diferença para o que acontecia antes foi apenas a dinâmica ofensiva dos seus defesas laterais que depois ficaram obviamente mais posicionais.

No meio campo manteve os 3 elementos habituais (o Rio Ave joga normalmente em 1.4.3.3). O comportamento dos médios envolveu sempre grande sacrifício e grande mobilidade defensiva: com a ausência de extremos para defender nos espaços dos defesas laterais contrários, foram os médios laterais que rapidamente tiveram que se posicionar nestes espaços, rodando os dois outros médios para o lado da bola.

Na frente, um jogador (João Tomás). Em situação defensiva, recuou para a linha do médio defensivo contrário, fazendo o papel de 4 médio.


Desta forma, a manutenção do equilíbrio foi uma evidência! Ainda assim, o Rio Ave estava a perder! O que fazer para chegar ao golo nestas circunstâncias?
Ao ganhar a posse da bola, numa equipa que tem menos duas unidades em campo, parece que não existem companheiros para jogar, porque essencialmente se perdem referências. O maior perigo nestas situações pode ser o facto de as equipas perderem o seu equilíbrio táctico, em função de quererem atacar com a normalidade habitual no que diz respeito à sua dinâmica, e não sabendo por isso que os equilíbrios se podem tornar quase impossíveis, tornando-se altamente vulneráveis no momento de transição defensiva.

Sempre que o Rio Ave ganhava a posse da bola, tentava conservar a sua posse até que o seu avançado e mais um médio chegasse perto da linha defensiva adversária. Nessa altura, verificou-se sempre uma tentativa de jogo directo para estes, sobretudo para ganhar faltas. Foi assim que o Rio Ave conseguiu chegar à baliza do Vitória. E foi assim que após uma falta sobre João Tomás fez o golo do empate.

Manter a posse, sem abandonar as posições de forma a estar em equilíbrio no momento de transição defensiva, e procurar através de passes directos para os jogadores que se posicionem na frente, de forma a ganhar faltas laterais, frontais ou cantos, parece-nos ser uma boa solução para combater a inferioridade numérica de 2 jogadores. Defender bem e tentar aproveitar com eficácia os lances de bola parada. Numa equipa com jogadores como Cristiano Ronaldo ou Messi, uma outra hipótese é simplesmente passar-lhes a bola…criam soluções em situações de inferioridade extrema!

E a equipa que está em superioridade numérica 11 contra 9?
No fundo fazer o que o Vitória fez. 4 Jogadores nos corredores (um defesa lateral e extremo de cada lado) de forma a “abrir” o campo e tentar desequilíbrios principalmente pela acção dos defesas laterais (leia-se atrás a dificuldade colocada com a ausência de extremos). Dois avançados colocados na frente, jogando 1x1 com os defesas centrais contrários. Um pivot defensivo e um ofensivo, mantendo-se os dois defesas centrais.


Esta foi a opção relativa à colocação espacial dos jogadores, como poderia ter sido outra. O que nos parece importante referir é que, numa situação destas, tendo em conta a dificuldade sentida pelos médios contrários (por terem de sair a zonas laterais), quanto mais a bola entrar nessas zonas e mais rápido circule para o corredor contrário, mais dificuldades e desgaste estes jogadores podem acusar e por consequência, os espaços abrem-se com naturalidade! Por outro lado, com a dificuldade de controlar espaços, aparecem os desequilíbrios.