Na próxima época que classificação conseguirá o FC Paços Gaiolo?

domingo, 8 de junho de 2014

segunda-feira, 25 de março de 2013

Futebol: o tamanho do campo e o rendimento da equipa



Um artigo fantástico da autoria de Valter Correia no seu blog Teoria do Futebol. O autor vai precisamente ao encontro daquilo que eu penso sobre esta temática, daí o meu fascínio pela forma como ele apresenta esta questão.

Como treinador, há anos que me interrogo e reflito sobre a melhor forma de ludibriar esta situação....de jogar em minúsculos campos de 90 x 45 onde não há espaço, nem tempo para se jogar em profundidade e largura, onde as diferenças de organização das equipas (quando existem) são anuladas pelas reduzidas dimensões do terreno.

Nestes pequenos campos, imperam o "chegar primeiro à bola", o "bater pra frente" e o ganhar "as segundas bolas"... um futebol feio e descaracterizado (na minha opinião, claro). Este autor, de Viana do Castelo, não conhece a realidade de alguns campos do distrito de Viseu, mas este artigo poderia muito bem referir-se a alguns deles.
 
Enquanto treinador, na época passada, fui vítima destes terrenos de 90x45, isto apesar de o G.D.Resende, que treinava, ter subido de divisão. Como no nosso estádio tínhamos um relvado com 100x64 e a maioria dos adversários possuía dimensões idênticas, construímos uma forma de jogar, onde a nossa Organização Ofensiva tinha como princípios a posse e circulação de bola, promovida por apoios bem definidos ao portador da bola, onde cada jogador sabia o espaço que deveria ocupar. Estrategicamente saíamos a jogar a partir dos centrais, a bola chegava a um dos laterias, o jogar da posição 6 ia buscar e ele (ou os outros 2 médios centro) viravam para o nosso extremo contrário que, previamente, estava a dar largura máxima (quase na linha lateral e pouco à frente do meio campo), promovendo "campo grande" e afastando o lateral do central do seu lado....espaço que iria aproveitar depois....). Quero com isto dizer que precisávamos de largura e profundidade, tivemos sucesso, subimos de divisão…

No entanto, sempre que jogámos em 90x45 fomos derrotados: Oliveira do Douro 1 x 0 G.D.Resende; Nespereira 5-2 G.D.Resende; S.Cassurães 2-0 G.D.Resende e em jogo de pré-época: Fornelos 3-1 G.D.Resende. Coincidência???? Tenho a certeza que não....pois nestes terrenos torna-se muito complicado jogar futebol como eu (e muita gente) o entende. As equipas que referi anteriormente são conhecidas, em todo o distrito, por serem muito fortes em sua casa, as razões são evidentes...

 
Para quem gosta destas questões do treino, aqui está o artigo de Valter Correia:

http://www.teoriadofutebol.com/apps/blog/show/25014124-entenda-como-o-tamanho-do-campo-influencia-no-rendimento-da-equipa

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Futebol: jogadores veteranos/mentalidade portuguesa


Seedorf, com 36 anos, atualmente a jogar no Brasil, desperta interesse da sua ex.equipa, o Ac. Milan.
Em Portugal, com a mentalidade ignorante instalada no nosso Futebol, já mais isto seria possível!


Por cá, depois dos 30 anos, os jogadores são "encostados". Se um atleta é bom aos 20 anos, será muito melhor aos 36/37.... Não "desaprendeu", evoluiu durante todos estes anos e acumulou uma experiência fundamental: sabe ocupar melhor os espaços (no processo ofensivo e defensivo), antecipa o que vai acontecer, domina melhor o espaço/tempo, lê o jogo com maior eficácia, está mais apto mentalmente...e muito mais.
 
Dirão os mais cépticos: "perde capacidade física!?" Sim, provavelmente acontece isso, mas as acções do jogo de Futebol são mais qualitativas (tácticas e técnicas) do que quantitativas (isso é no atletismo...). 
 
A verdade é esta: em Inglaterra. Espanha e Itália os atletas jogam nos melhores clubes e na seleção nacional até bem perto dos 40 anos. Em Portugal, depois dos 30 deixam de jogar nos melhores clubes e na nossa seleção nacional. São vários os exemplos...o mais recente é João Tomás, o senhor 100 golos  
 
 

domingo, 4 de novembro de 2012

Futebol: a saída do comando técnico do G.D.Resende
















Sábado, 2 de novembro, sexta-feira:
 
Depois de alguma contestação, pusemos o lugar à disposição, esperávamos um VOTO DE CONFIANÇA, mas saiu um "sim", na prática uma espécie de despedimento...


 INGRATIDÃO E INJUSTIÇA, mas muito ORGULHO pelo trabalho feito: "pegámos" num G.D.Resende que havia sido último com apenas 1 vitória em todo o campeonato e uma média de 15 adeptos a ver os jogos. Usufruindo das condições de trabalho do novo estádio, SUBIMOS DE DIVISÃO utilizando, aos domingos, 8 jogadores da equipa que tinha ficado em último, valorizando-os, potenciando o seu rendimento.
 
Este ano (1V 3E e 2D): nada mau para 1 clube que nos últimos 15 anos andou apenas 1 vez nesta divisão de honra, mas reconheço que devíamos ter mais pontos. Nos jogos em que não ganhámos, fomos dominadores, mas penaltis falhados, autogolos, ter de jogar com menos 1, falhar oportunidades flagrantes (muitas) e outros azares...ditaram o destino...quem viu os jogos, sabe do que falo. Nada justifica esta saída: nem os resultados atuais, nem o Futebol produzido pela equipa, e muito menos o passado recente.

Deixámos 1 G.D.Resende na divisão de honra, que leva ao seu estádio 400 a 500 adeptos por jogo, ajudámos a que o G.D.Resende fosse notícia em todo o distrito: pelos resultados positivos, pela qualidade do Futebol jogado, pela capacidade de superação em campo, pelo fair-paly com árbitros e adversários, pela mística e coesão de balneário que construímos. 

Principalmente muito ORGULHO pelo carinho recebido dos atletas. Sabíamos da relação próxima e emocional que cultivamos junto de cada um, sabíamos do BALNEÁRIO COESO e da MÍSTICA que construímos (os GUERREIROS QUE TUDO SUPERAVAM), sabíamos que eles estavam connosco, sabíamos que iriam ser apanhados de surpresa e que iam achar e dizer que, esta decisão, não faria sentido, mas não me tinha passado pela cabeça ver LÁGRIMAS e ABRAÇOS EMOCIONADOS!
 
Até ontem eu pensava que os momentos mais emotivos que tinha vivido no Futebol teriam sido vitórias, golos e outros êxitos, mas estava enganado: depois da reunião de despedida, com o plantel, no fundo do longo corredor do estádio, cruzei com um jogador que tinha ido à rouparia buscar uma toalha, vinha em lágrimas como uma criança, abraçou-se a mim a chorar e não conseguiu dizer uma palavra, o normal seria este atleta estar feliz com a nossa saída, porque apenas tinha jogado alguns minutos. Pelo simbolismo e espontaneidade, este foi, de facto, o momento de maior intensidade emotiva, nada, no Futebol, me marcou tanto...

Senti os jogadores revoltados com tudo isto e ficaram de tudo fazer para vencer amanhã e poder dedicar à ex. Equipa Técnica. Tenho a certeza que conseguirão, porque quem domina jogos vence mais vezes do que as que perde, e eles têm sido dominadores: mais posse de bola e mais oportunidades de golo (muitas mais).

Última palavra para o presidente Alexandre Bastos: foi perceptível a grande dificuldade que sentiu em ter de levar esta decisão para a frente, também o vimos emocionado, mas a pressão a que foi sujeito foi mais forte. Para mim, continua a ser o grande líder deste clube, uma pessoa exemplar, incansável e sempre presente, mais do que ninguém, merece vencer. Nunca me tinha cruzado com um dirigente desportivo tão competente.

Obrigado por tudo, a todos aqueles que sempre nos apoiaram e claro, aos que estiveram comigo no clube: jogadores, Sandro, Zé, Paulo, Lima, Mónica, Ismael...
Amanhã o Moimenta vai "pagar" tudo isto, façam 1 jogo "à Resende" e VENÇAM. Inspirem-se na grande vitória da época passada quando recebemos o 1º classificado da altura: o Moimenta da Beira.

Para finalizar: já mais me ouvirão tecer algum comentário negativo sobre o clube ou alguém que dele faça parte...