Tem uma identidade bem marcada e praticamente imutável em função do valor dos adversários ou da importância dos jogos. Joga em 1.4.3.3. com uma clara definição de princípios e sub-princípios do seu jogo e com uma excelente interpretação dos mesmos por parte dos jogadores. Existe uma ideia de jogo que contempla a “ordem” colectiva mas com graus de liberdade individuais acentuados, isto sem nunca perder o equilíbrio posicional.
Momento defensivo – utiliza preferencialmente uma pressão média – alta. Inicia a pressão ao adversário com todos os jogadores colocados atrás da linha da bola. Linha defensiva “subida” de 4 jogadores (Sapunaru, Rolando, Otamendi e Álvaro Pereira) bem alinhados e com o guarda-redes (Helton) colocado perto do limite da grande área. Um médio numa primeira linha de meio campo (Fernando) e dois na segunda linha (Guarin e Moutinho) que em acção defensiva se aproximam, formando um triangulo muito junto. Na frente dois extremos (Hulk e Varela/James), preparados para pressionar os defesas laterais contrários e/ou fechar o espaço interior (dependendo do lado em que está a bola), e Falcão no meio dos defesas centrais adversários, sendo este quem dá inicio à pressão sobre o adversário
Momento de transição defensiva – Momento em que é fortíssima! Quando ataca nunca desposiciona os seu médios. A acção desequilibrante principalmente dos seus avançados e a profundidade dada pelos defesas laterais não obriga a que os seu médios entrem muito em ruptura, embora joguem muitas vezes perto da área adversária. Mesmo quando a dificuldade obriga a que um dos médios tenha que provocar desequilíbrios, o equilíbrio posicional é sempre garantido pelos outros dois. Isto permite um grande equilíbrio posicional colectivo que faz com que a acção consequente à perda de bola seja muito “Intensa”, contribuindo também para isso, o facto de a linha defensiva se manter “alta”. A recuperação posicional dos seus avançados é assim rápida e eficaz, uma vez que não têm que percorrer grandes distâncias para que a equipa se mantenha toda junta, para rapidamente tentar ganhar a posse da bola.
Momento de transição ofensiva – Parece-nos que o critério é claro nesta equipa. Tem hipótese de colocar profundidade utilizando o posicionamento da segunda linha de meio campo e a velocidade dos seus avançados. Fá-lo quando sente que vai ter eficácia. Se ao ganhar a posse da bola não se ajustar um passe vertical, a propensão é claramente de posse, fazendo retirar a bola da zona de pressão, seja pela acção de Fernando, seja pelos defesas centrais ou até por Helton.
Momento ofensivo – O critério é claro: construir jogo a partir das linhas atrasadas, optando por circular a bola com Intensidade (não intensidade abstrata, mas sim correlacionada com o critério escolhido e a eficiência e eficácia das acções), utilizando triângulos de passe permanentes que permitem ao portador da bola ter sempre pelo menos duas linhas de passe “abertas”. Fazem variar o sentido de jogo de forma a criar situações de 1x1 pelos seus alas (acções onde são muito competentes), ou exploração destes das zonas interiores em profundidade quando Falcão baixa para passe em apoio ou zonas interiores em apoio para a libertação do espaço no corredor para a acção dos laterais (principalmente Álvaro Pereira).
É uma equipa paciente na posse da bola. Todos os jogadores entram e são importantes para cumprir esta intencionalidade, desde Falcão que joga muito bem em apoio, como Helton que garante a posse e muitas vezes varia o sentido de jogo.
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