Na próxima época que classificação conseguirá o FC Paços Gaiolo?

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

DESPORTO federado em crescimento

Um país de futebol que vai de Braga a Lisboa

CARLOS FLÓRIDO
CATARINA DOMINGOS

O desporto português está em franco crescimento, se atendermos aos números do Instituto Nacional de Estatística e do Instituto do Desporto, que anunciam mais 63 466 praticantes do que em 2005, representando um crescimento de 14,1% em cinco anos no número de federados, que pela primeira vez supera o meio milhão (513 009). A realidade, contudo, fornece outros números menos animadores: a maioria dos atletas concentra-se nos distritos de Braga, Porto, Aveiro e Lisboa, pelo que falar em Litoral já passou a ser exagero, coincidindo com o domínio dos clubes das mesmas zonas, de longe maioritários nas principais divisões das cinco modalidades mais populares. Que Portugal é um país de futebol, já não será novidade, pois nem os números aparentemente inflacionados de várias federações permitem competir com aquele que é verdadeiramente o desporto-rei, possuindo perto de 30% dos atletas nacionais.

Na análise feita por O JOGO utilizando tanto números do IDP como alguns mais recentes fornecidos pelas federações - outro "pecado" nacional é precisamente a desorganização informativa, esperando-se que a Carta Desportiva prevista para 2011 forneça dados adequados e por distrito -, o futebol até fica a lucrar relativamente a outra ideia feita: é dos desportos mais descentralizados, tanto nos praticantes como sobretudo na distribuição dos clubes da Liga ZON Sagres, que se estendem por todo o litoral continental.

Nas ilhas, vive-se um fenómeno diferente, com 12 clubes nas maiores divisões das cinco modalidades analisadas, um número inflacionado relativamente ao de praticantes - 18% contra 7,6% -, mas um óbvio reflexo do maior poder económico do desporto na Madeira e nos Açores. O inverso verifica-se em Aveiro, terceiro distrito nacional em atletas e longe disso no tocante a clubes, pois mesmo os principais (Beira-Mar, Ovarense, Oliveirense, Illiabum e São Bernardo) vivem em crise. Mas a principal novidade até estará na força do Porto (26,5% dos clubes de topo e 22,1% dos atletas), sobretudo se somado a Braga: é nesse pequeno eixo que vivem 31% dos atletas e estão 40% dos maiores clubes!

Com 513 009 atletas federados em 2009, Portugal superou pela primeira vez a barreira do meio milhão de desportistas em números oficiais (IDP), que irão crescer em 2010, segundo dados já apurados por O JOGO. A realidade deverá ficar um pouco aquém, pois várias federações têm índices de crescimento pouco críveis.

Porto é desporto
Os 55 127 atletas de futebol, andebol, voleibol e basquetebol em 2010, representando 22,1% do total nacional das quatro modalidades, e a presença de 18 equipas entre o total de 68 nas primeiras divisões das cinco modalidades colectivas mais populares (acrescente-se o hóquei em patins), fazem do distrito do Porto a capital dos desportos colectivos.

Benfica em todas
Lisboa tem 10 equipas nos cinco maiores campeonatos, mas cinco delas são do Benfica, o mais ecléctico dos clubes portugueses e o único que compete no topo de todas as modalidades.

Quem é segundo?
Desde 2006, último ano em que o andebol surgiu como segunda modalidade do País em praticantes, que se tem assistido a uma curiosa "corrida" com voleibol e basquetebol, este a liderar actualmente a lista das extrafutebol. Mas têm sido os jovens das equipas do desporto escolar a permitir dilatar os números desta estranha competição, o que se reflecte num aumento de 50% de atletas em cinco anos.

Ténis logo a seguir
Em 2009, o ténis assumiu-se de vez como primeira das modalidades individuais, com 25 550 federados. Um número que traduz um crescimento demasiado súbito (eram 18 971 em 2008), em contraciclo e não condizente com os valores das taxas de inscrição de atletas.

Hóquei em crise
Sem desporto escolar, o hóquei em patins ainda enche pavilhões, mas atrasou-se irremediavelmente no número de federados: eram 10 765 em 2009, deixando a modalidade fora do lote das dez mais praticadas.

Golfe e lutas
Os 14 545 jogadores de golfe, os 14 511 praticantes de karaté e os 11 669 judocas revelam um crescimento sustentado destas modalidades, já a competirem com os 14 500 federados do atletismo.

in jornal O Jogo

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